quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

10 carros para começar sua coleção

Morre de vontade de ser antigomobilista, mas acha que ter carro antigo é só dor de cabeça? Confira as dicas.

Seja por afeto, pela história ou apenas pelo desafio mesmo, é difícil encontrar alguém que já não tenha pensado em comprar um carro antigo.Tempo, dinheiro e dificuldade de manutenção, porém, afastaram muitos dessa ideia. É preciso ter sempre em mente que documentação em ordem é mandatório. Lataria, parte elétrica e mecânica podem ser arrumados; veículos sem documento, não. Confira dez modelos selecionados para começar sua coleção sem ter muita dor de cabeça.

Volkswagen Fusca

Mecânica robusta e simples são seus principais atrativos. Evite os primeiros modelos, fabricados entre 1950 e 1967, pois têm mecânica 1.200 com pouca potência e elétrica de 6 Volts, o que dificulta achar peças. Pela raridade, também são os mais caros. A série Itamar, feita entre 1993 e 1996, também vale muito por ser mais recente e ter vendido pouco. As pechinchas estão nos modelos fabricados entre 75 e 86, era em que o carro foi sendo simplificado para continuar barato, perdendo boa parte dos enfeites e cromados. 

Volkswagen Kombi

Mesma mecânica do Fusca, mas com o dobro do tamanho. A Kombi está programada para sair de linha neste mês caso a legislação que pede airbags e ABS de série a partir de 2014 entrar em vigor. Com isso, a Velha Senhora se tornará um carro literalmente caçado pelos colecionadores. Aproveite enquanto os donos não capitalizaram em cima do final da produção. Os modelos fabricados até 1975, com para-brisa bipartido, são os mais desejados e também os mais caros. Evite os fabricados antes de 1967, que tinham motor 1.2 com elétrica de 6V: têm os mesmos problemas de peças do Fusca desta época.

Volkswagen Gol

O Gol ainda é vista comum nas ruas brasileiras, então, a oferta é grande. A primeira série da primeira geração, feita entre 1980 e 1984, é apta a receber placa preta, o símbolo máximo do carro de coleção que indica veículos originais com mais de 30 anos de uso. Na primeira encarnação, o hatch usava motores 1.3 ou 1.6 originados do Fusca, então não tem muito segredo, além de ser uma experiência, no mínimo, excêntrica andar com um propulsor refrigerado a ar na frente do carro.


Puma GTE ou GTS

Com o mesmo motor do Fusca e carroceria de fibra de vidro, há pouco para dar errado com um Puma. O fora-de-série nacional atingiu o pico do sucesso na década de 1970, quando era sonho de consumo dos endinheirados. Os primeiros com mecânica DKW dois tempos são caros e difíceis de operar. Fique com os GTE, cupê, ou GTS, conversível, do final dos anos 70, os mais comuns. No último, atenção especial à capota. Verifique se há vazamentos. A série GTB, com mecânica do Chevrolet Opala é divertida, mas não se acha um à venda em qualquer lugar.

Chevrolet Chevette

Pode admitir, você nunca pensou num modesto Chevette como carro de coleção. Porém, com uma mecânica robusta e tração traseira, é um modelo que diverte. Quer carisma? Fique com a primeira série entre 1974 e 1980. Quer só diversão? Qualquer modelo vai cumprir essa tarefa. Cuidado apenas com o modelo Júnior, do início da década de 1990, o motor 1.0 rende pouco. Se você encontrar uma Marajó, perua do Chevette, SLE automática, considere-se um verdadeiro arqueólogo automotivo. É o modelo mais raro.

Chevrolet Opala

Meio Opel Reckord, meio Chevrolet Impala. Foi assim que nasceu o Opala. Enquanto um esportivo SS de seis cilindros, o famoso 4100, da década de 1970 é o sonho de todos os entusiastas, o achado mesmo é o SS-4 de quatro cilindros ou a perua Caravan SS. Quer economizar? Escolha modelos mais recentes da década de 1980 que saem mais em conta. Muitos Opala foram viaturas da polícia ou ainda ambulância, o que torna possível encontrá-los num leilão. Procure por sinais de solda no chassi próximo ao motor, o que indica que a peça já trincou, e evite os automáticos, que eram raridade mesmo quando o Opala era novo.

Fiat 147

Quem viveu a época do lançamento do 147 sabe que o pequeno da Fiat não era conhecido por sua confiabilidade. Porém, os modelos da primeira série, entre 1976 e 1979, já começaram a se valorizar. Não quer gastar muito? Opte pelo Europa, entre 79 e 82, ou Spazio, entre 83 e 86, que saem mais em conta. Um problema crônico desses carros estava na corrente de comando do cabeçote, que quebrava com certa facilidade se não trocada na hora certa. Verifique se o serviço já foi feito, caso contrário, realize-o o quanto antes. O câmbio dos primeiros Fiat também eram duros e é normal que eles arranhem nas passagens de marcha. Não é defeito, é "charme" de fábrica. 


Ford Corcel

Outro ilustre desconhecido da lista. O Ford Corcel nasceu em 1968 oriundo de um projeto da Renault, cuja operação no Brasil havia sido adquirida pela marca do oval azul. A primeira série, até 1976 é mais difícil de encontrar. Foque nos modelos a partir de 1977, maiores e com visual mais reto que pode sair um bom negócio. Leve em consideração que poucas pessoas consideram o Corcel como um carro colecionável e prepare-se para encontrar exemplares mal cuidados. Entre 1981 e 1991, havia o luxuoso Del Rey, que era a única opção a partir de 1986. Entre 1989 e 1991, graças à Autolatina, o Ford saía da fábrica com motor 1.8 da Volkswagen, com manutenção mais simples.

Willys Jeep

Você quer lama também? Procure um Willys Jeep, ou só jipe mesmo. O utilitário foi fabricado pela Willys Overland do Brasil entre 1957 e 1968, quando foi comprada pela Ford, que manteve o Jeep em linha até 1983. O modelo foi extensamente usado em trilhas e ralis, então, não espere carros completamente originais. Atenção apenas ao alinhamento do chassi, pois ele é bastante exigido na lama, e ao excesso de modificações, já que não dá para saber a procedência delas. O mercado de peças para Jeep é grande, desde itens de reposição até kits completos para modificação, com suspensão elevada, freios a disco e eixos mais resistentes.


Ford Escort XR-3

O Escort que começou a ser vendido no Brasil em 1983 se referia à terceira geração do modelo europeu, ou MK3. Por aqui, usava o difamado motor CHT 1.6 e seu comportamento pacato e familiar não fazem do carro um modelo dos mais desejáveis em sua coleção. Ao menos que seja um XR-3 ou a Supermáquina Total como dizia a propaganda que usava Ayrton Senna como personagem. Não tinha muita mudança na motorização, além de uma modificação de válvulas e um câmbio mais curto. A suspensão traseira era independente, então o modelo sabia se comportar em curvas. Porém, foi o visual quem fez a cabeça dos jovens da década de 1980 com aerofólios, saias laterais, faróis de milha etc. A dica fica para os modelos produzidos entre 1989 e 1992, com motor AP 1.8 da Volkswagen graças à Autolatina. Cuidado apenas com as capotas dos conversíveis, fabricados a partir de 1985, para não tomar chuva mesmo com o teto fechado.

Nenhum comentário: