O Fusca 1955, com seu motor de 1200cc, não primava pelo desempenho. Na verdade, deixava muito a desejar. Porém à primeira vista, o Fusca 55 de Carlos Alberto Ferreira, transformado em modelo 53, com janela bipartida parece apenas mais um Volkswagen bem envenenado. Seu proprietário, engenheiro mecânico, aliou-se a amigos graxeiros, especialistas em motores, suspensão e funilaria, e construiu um Fusca Hot Rod, inspirado nos carros vistos nas ruas norte-americanas, principalmente, em Los Angeles, na Califórnia. Com certeza, deixou de ser um carro de fraco desempenho.
Com o motor VW a ar, de 2300 (exatos 2.276cc de cilindrada) está preparado para render cerca de 180 cv de potência, o velho Fusca 55 acelera forte, e teria velocidade final de 200 km/h. Para levar seu carro a performances como estas, Carlos gastou cerca de 7 mil dólares e quase quatro anos de trabalho. Depois de várias experiências - inclusive com um motor de Variant com1.800cc, a solução foi iniciar a construção de um motor realmente forte, a partir da carcaça do motor Volkswagen fabricado no México, semelhante a da Brasília, mas que dispõe de duplo circuito de lubrificação, o que melhora o fluxo de óleo para os mancais (bronzinas) do virabrequim.
A partir desta estrutura, o motor (originalmente um 1.600cc) recebeu pistões e cilindros bem maiores, coletores de admissão próprios para abrigar dois carburadores Weber 48, importados, de corpo duplo e bomba elétrica de funcionamento constante, com duas saídas de combustível. Segundo Carlos, essa superalimentação é a responsável pelo bom funcionamento do motor, inclusive em baixas rotações. De fato, mesmo utilizando comando de válvulas bastante bravo, com 328° de permanência, o Fusca tem marcha lenta regular, e também trabalha em baixa rotação, próximo das 2.000 rpm, sem falhas.
Os pistões tem diâmetro de 94,0 mm e trabalham com virabrequim de 82,0 mm de curso. A taxa de compressão aproximada é de 9,5:1, e solicita o uso de combustível um pouco melhor do que o vendido nos postos regularmente. Carlos prefere não entrar em detalhes, mas garante que na "mistura" vai gasolina de aviação. Com este combustível "secreto", o hot-VW (ou seria VW-hot?) percorre cerca de 3,8 quilômetros com um litro, segundo Carlos Alberto. Caso utilize gasolina amarela, o rendimento cai e o consumo aumenta muito.
Para driblar os problemas de superaquecimento, foi adotado o sistema de cárter seco, com radiador de óleo na dianteira e reservatório de 22 litros atrás do banco traseiro, sob o tampão dos alto-falantes. Agora, a temperatura mantém-se estável entre 90 e 95°C, por maiores que sejam as solicitações. Afinal, este motor VW "a ar" tornou-se capaz de atingir altas rotações, cerca de 8.000 rpm, de acordo com o proprietário.
Para suportar a nova motorização e suas implicações quanto a torções e flexões na estrutura do carro, foram instaladas duas longarinas de ferro paralelas e longitudinais por baixo do assoalho. Para esconde-las, foi fixada uma lamina de aço inoxidável, que tem dupla função: proteger o assoalho (suspensões rebaixadas) e manter o fundo plano, o que permite algum ganho aerodinâmico. Mesmo assim, o problema de torções e flexões não foi totalmente resolvido: em arrancadas mais fortes, as portas chegam quase a abrir e, quando o carro aproxima-se da velocidade final, as vibrações são muito elevadas.
As suspensões também foram alteradas. As lâminas de torção do feixe dianteiro foram trocadas por outras mais duras; os amortecedores recalibrados e a cambagem. dianteira alterada, ficando mais negativa. Alem disso, o trabalho incluiu a adoção de barras estabilizadoras, na dianteira e na traseira.
Nos freios, mais dúvidas. Carlos garante que o sistema de freios dimensionado como está é suficiente, embora longe do ideal para o pequeno dragster. Ele está equipado com os quatro freios a tambor, mas com lonas mais grossas e ranhuras.
Outros acessórios foram acrescentados ao motor: polias dentadas, tensor de correia, cabos de velas azuis e lataria do sistema de arrefecimento cromada. O interior foi refeito em veludo bege, carpete, bancos altos, ganhou som e até televisão. Volante esportivo, vidros escurecidos e alavanca de câmbio tipo "Hurst" compõem o interior, ao lado do painel, que possui termômetro de óleo, conta-giros e manômetro de óleo. O velocímetro e original. Os piscas usados na coluna central eram acessórios da época (no lugar das "bananinhas"), e os retrovisores são especiais para Fusca, vendidos nos Estados Unidos.
Em termos estéticos, o carro sofreu outras alterações. Descoberto estacionado numa rua de São Paulo, teve sua carroceria refeita. Seguindo o exemplo de "bravos" Fusca californianos, sua carroceria e em peça única, com pára-lamas e estribos soldados. Isso visa favorecer não só o acabamento, mas também a rigidez estrutural do carro. A pintura, inicialmente planejada para ser em amarelo, acabou sendo feita com tinta importada, no tom vinho das Mercedes. Ouatro anos depois de adquirir seu Fusca 55, alterar a vigia traseira (transformando-a em bi-partida) para "envelhecê-lo" ainda mais e dar início ao seu projeto, Carlos tem um carro de que se orgulha, premiado pelo Sedan Clube e capaz de desempenhos acima da média e do esperado por outros motoristas. Ainda mais de um "velho Fusca" 1955.
Antigos Mania
Com o motor VW a ar, de 2300 (exatos 2.276cc de cilindrada) está preparado para render cerca de 180 cv de potência, o velho Fusca 55 acelera forte, e teria velocidade final de 200 km/h. Para levar seu carro a performances como estas, Carlos gastou cerca de 7 mil dólares e quase quatro anos de trabalho. Depois de várias experiências - inclusive com um motor de Variant com1.800cc, a solução foi iniciar a construção de um motor realmente forte, a partir da carcaça do motor Volkswagen fabricado no México, semelhante a da Brasília, mas que dispõe de duplo circuito de lubrificação, o que melhora o fluxo de óleo para os mancais (bronzinas) do virabrequim.
A partir desta estrutura, o motor (originalmente um 1.600cc) recebeu pistões e cilindros bem maiores, coletores de admissão próprios para abrigar dois carburadores Weber 48, importados, de corpo duplo e bomba elétrica de funcionamento constante, com duas saídas de combustível. Segundo Carlos, essa superalimentação é a responsável pelo bom funcionamento do motor, inclusive em baixas rotações. De fato, mesmo utilizando comando de válvulas bastante bravo, com 328° de permanência, o Fusca tem marcha lenta regular, e também trabalha em baixa rotação, próximo das 2.000 rpm, sem falhas.
Os pistões tem diâmetro de 94,0 mm e trabalham com virabrequim de 82,0 mm de curso. A taxa de compressão aproximada é de 9,5:1, e solicita o uso de combustível um pouco melhor do que o vendido nos postos regularmente. Carlos prefere não entrar em detalhes, mas garante que na "mistura" vai gasolina de aviação. Com este combustível "secreto", o hot-VW (ou seria VW-hot?) percorre cerca de 3,8 quilômetros com um litro, segundo Carlos Alberto. Caso utilize gasolina amarela, o rendimento cai e o consumo aumenta muito.
Para driblar os problemas de superaquecimento, foi adotado o sistema de cárter seco, com radiador de óleo na dianteira e reservatório de 22 litros atrás do banco traseiro, sob o tampão dos alto-falantes. Agora, a temperatura mantém-se estável entre 90 e 95°C, por maiores que sejam as solicitações. Afinal, este motor VW "a ar" tornou-se capaz de atingir altas rotações, cerca de 8.000 rpm, de acordo com o proprietário.
Para suportar a nova motorização e suas implicações quanto a torções e flexões na estrutura do carro, foram instaladas duas longarinas de ferro paralelas e longitudinais por baixo do assoalho. Para esconde-las, foi fixada uma lamina de aço inoxidável, que tem dupla função: proteger o assoalho (suspensões rebaixadas) e manter o fundo plano, o que permite algum ganho aerodinâmico. Mesmo assim, o problema de torções e flexões não foi totalmente resolvido: em arrancadas mais fortes, as portas chegam quase a abrir e, quando o carro aproxima-se da velocidade final, as vibrações são muito elevadas.
As suspensões também foram alteradas. As lâminas de torção do feixe dianteiro foram trocadas por outras mais duras; os amortecedores recalibrados e a cambagem. dianteira alterada, ficando mais negativa. Alem disso, o trabalho incluiu a adoção de barras estabilizadoras, na dianteira e na traseira.
Nos freios, mais dúvidas. Carlos garante que o sistema de freios dimensionado como está é suficiente, embora longe do ideal para o pequeno dragster. Ele está equipado com os quatro freios a tambor, mas com lonas mais grossas e ranhuras.
Outros acessórios foram acrescentados ao motor: polias dentadas, tensor de correia, cabos de velas azuis e lataria do sistema de arrefecimento cromada. O interior foi refeito em veludo bege, carpete, bancos altos, ganhou som e até televisão. Volante esportivo, vidros escurecidos e alavanca de câmbio tipo "Hurst" compõem o interior, ao lado do painel, que possui termômetro de óleo, conta-giros e manômetro de óleo. O velocímetro e original. Os piscas usados na coluna central eram acessórios da época (no lugar das "bananinhas"), e os retrovisores são especiais para Fusca, vendidos nos Estados Unidos.
Em termos estéticos, o carro sofreu outras alterações. Descoberto estacionado numa rua de São Paulo, teve sua carroceria refeita. Seguindo o exemplo de "bravos" Fusca californianos, sua carroceria e em peça única, com pára-lamas e estribos soldados. Isso visa favorecer não só o acabamento, mas também a rigidez estrutural do carro. A pintura, inicialmente planejada para ser em amarelo, acabou sendo feita com tinta importada, no tom vinho das Mercedes. Ouatro anos depois de adquirir seu Fusca 55, alterar a vigia traseira (transformando-a em bi-partida) para "envelhecê-lo" ainda mais e dar início ao seu projeto, Carlos tem um carro de que se orgulha, premiado pelo Sedan Clube e capaz de desempenhos acima da média e do esperado por outros motoristas. Ainda mais de um "velho Fusca" 1955.
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