Por mais cruel que tenha sido para a humanidade, Adolf Hitler talvez não imaginasse quanta alegria traria quando encomendou um carro de guerra. A encomenda feita a Ferdinand Porsche gerou o Volkswagen (“carro do povo”), mais tarde batizado no Brasil como Fusca.
Ao desembarcar no Porto de Santos em 1950, o Fusquinha não saberia o quanto iria cair nas graças dos brasileiros. Mesmo sem amá-lo, não se pode ignorar o carro mais vendido da história. As 21 milhões de unidades definitivamente mudaram os rumos da indústria automobilística. O tempo passou, o Fusquinha envelheceu, parou de ser fabricado, entretanto, não deixou de receber homenagens pelo mundo.
- 20 de Junho é o Dia Nacional dedicado a ele, capaz de despertar paixões e alimentar sonhos, como os de Heitor Martins: “Esse carro fez minha vida, formou minha filha, colocou-a na faculdade e construiu essa casa”. A declaração pra lá de emocionada revela o apreço do homem pelo membro da família. Foi em 18 de Fevereiro de 1979, às 17 horas, na antiga concessionária Autoclínica (Fortaleza-Ce.) que Heitor recebeu o veículo, presente dado pelo irmão.
O Fusquinha serviu de escritório, ajudou a educar os filhos, carregou material de construção e até salvou vidas: “Uma vez, balearam o dono de uma mercearia perto da minha antiga casa. Coloquei ele no Fusca e levamos pro hospital. Mais um pouco e teria morrido”.
Herói da família, em quase 30 anos, o carro nunca deixou de ser usado. A tutela pertence hoje ao filho, José Airton. Impossibilitado de dirigir, Heitor ainda guarda ciúme do veículo, mas acaba aceitando os cuidados dados pelo menino.
Foi José Airton que modificou parte da estrutura original do veículo, dando a ele um ar “mais garotão”, como bem define. Atualmente, o Fusca passeia bastante para os lados da Messejana em uma missão bem mais agradável: buscar a namorada do tutor.
- Mania
Diferente de Heitor, Guilardo de Oliveira, piloto aposentado da Aeronáutica, não deve a vida ao Fusca. Mesmo assim, há vinte anos, adquiriu do avô de um grande amigo um veículo ano 1968 mantido praticamente todo original até hoje: “A gente tem que ter uma mania que é pra não morrer de enfarto”, revela.
Apesar disso, já viveu lá aventuras com um Fusquinha. Foi em 1955, quando Guilardo veio de mala e cuia, mulher e três filhos, de Campina Grande (Paraíba) para Fortaleza.
Ao olhar o veículo dele, a sensação é de que o tempo parou e resolveu nos brindar com um saudosismo que poderia durar para sempre. O retrovisor apenas do lado do motorista, a proteção nos pneus traseiros e o barulho saudável do motor atuante em mais de 120 mil quilômetros são um verdadeiro deleite.
Sobre modificá-lo, Guilardo é enfático: “Eu não faço isso. Pra mim, perde-se o valor”. Nele, só anda nos fins de semana em passeios, abrindo passagem no trânsito de Fortaleza.
- Já o representante comercial Marcos Meireles é verdadeiramente apaixonado p/ seu Fusca Itamar 1996. Ele só não, a esposa e o filho Bruno que aos pouco está tomando posse do carro.
Bruno fez com que seu pai investisse um bom dinheiro no Fusca, colocando ar-condicionado, bancos de couro, um super sistema de áudio e vídeo e rodas 17” do Audi.
- Não vendo de jeito nenhum! Foram as primeiras palavras de Mansueto Magalhães, referindo-se ao Fusquinha 1965 todo original.
Ele conta que passou mais de um ano atrás de comprar um Fusca. Quando achei o “Sonso”, apelido carinhoso do Fusca, foi amor a primeira vista. Verde amazonas com motor 1.200, ele o chama de Sonso porque fica quentinho no lugar dele, mas na estrada passa dos irmãos Fusquinhas mais novos.
- Exagerado, o empresário cearense João Sobrinho possui sete Fuscas, todos originais e em perfeitas condições de uso.
João dispensa os seus carrões novos e no dia a dia usa os Fusquinhas. Um a cada dia.
E se você pensa que no final de semana ou em viagens ele vai de importado, errou. É Fusca em todas as ocasiões.
- Já o Consultor imobiliário Fred Guilhon, no caso eu mesmo, (rsrsrs). O Fusca sempre fez parte da minha vida. Quando tinha de quatro para cinco anos, meu pai comprou um Fusca 1953 alemão em São Paulo e veio rodando no mesmo para Fortaleza. Em 1973 comprou um Fuscão 1.500. Na época eu com 11 anos, limpava-o diariamente e já manobrava com as pontas dos pés. Em 1976 ele comprou para minha mãe um Fusquinha 1.300, zero, branco lótus. Lembro-me que quando fomos pegar o carro na autorizada, para minha surpresa, ele deixou trazer o Fusca até a nossa casa.
Em Dezembro de 1979 comprei meu primeiro carro e adivinha qual? Um Fusca zero, 1.300, Fafá na época, lançamento. Tive vários carros até 1986 e o Fusca sempre guardado.
Como diz o ditado popular: O primeiro amor ninguém esquece, em Fevereiro de 2008 comprei um Fusca 1.600 para reformar. Com a compra e a reforma, veio a idéia do blog PLANETA FUSCA.
Miniatura do meu Fusca
Após seis meses de reforma e colocação ar, som, rodas, vidro, travas, direção e trabalhado o motor, finalmente ficou pronto e apelidado carinhosamente por minha esposa de RAPARIGA. Diz ela que o motivo deste apelido é porque toda vez que saio no fusca é para gastar dinheiro.
- Definitivamente, o Fusca é um carro especial. Mesmo sem falar conquistou o amor de milhões de pessoas. Agradece aos mimos como pode: acenando a todos com o charmoso barulho do motor toda vez que desfila pelas ruas.
Encontros.
Acontecem neste sábado (17) em Fortaleza, dois encontros:
- Terceiro Encontro Dia Nacional do Fusca promovido pela Flashbackers e se inicia a partir das 9 horas no estacionamento do antigo Hiper Mercantil na Avenida Washington Soares.
- Primeiro encontro do Dia Nacional do Fusca promovido por nós PLANETA FUSCA e CLASSIC CARS FORTALEZA e se inicia a partir das 15 horas na Praça do Parque do Cocó na continuação da Avenida Padre Antônio Tomaz, ao lado do Pão de Açúcar.
A grande novidade do encontro será a apresentação de um exemplar de cada ano em originalidade extrema. Oportunidade única para massagear os olhos com belas imagens. Haverá espaço ainda para os proprietários de Fusca: “Não importa o estado, ano ou modelo do veículo. Caso o dono queira demonstrar a paixão que tem, ele vai poder deixá-lo exposto”, acrescenta. Além disso, haverá estandes de exposição e venda de miniaturas, souvenirs sobre o carro (bonés, chaveiros, camisas, dentre outros produtos).
2 comentários:
Boa tarde amigos. Por favor, já vi nesse Blogg que há vários fuscas com ar condicionado e eu gostaria muito de saber como botar no meu. Recentemente adquirir um 1.600 ano 80, reformei todinho, elétrica completa, suspensão, rolamentos, capotaria com bancos em cinza shadow e amarelo, vidros elétricos com trava e alarme. Só falta agora um som agradável e um ar condicionado. Alguem poderia me ajudar com mais detalhes de um sistema de ar compatível com o fusca 1.600, antes que eu arranque o split a minha suíte e bote nele pra desespero da minha esposa!
Abraços a todos e parabens pela qualidade do site, do conteúdo e do trabalho dos correspondentes.
Marcus Rique
marcusrique@yahoo.com.br
Procure uma especializada em refrigeração automotiva. Assim fiz com o meu.
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